As fraturas por estresse ocorrem com maior frequência entre corredores e militares devido à grande intensidade de suas atividades e representam cerca de 10% de todas as fraturas esportivas. Diferentemente ao que ocorre nas fraturas comuns causadas por um trauma direto ou entorse, as fraturas por estresse são causadas por uma sobrecarga repetitiva ao osso (overuse), não permitindo que o osso se recupere totalmente.
Quais as causas e os fatores de risco?
As principais causas e fatores de risco são a fadiga e o desequilíbrio muscular, o tipo e o ritmo de treinamento, o tipo de “pisada” e o calçado utilizado, condicionamento físico e o local de treinamento, idade, sexo e raça, densidade e estrutura óssea, equilíbrio hormonal, menstrual, metabólico e nutricional.
O sexo feminino é mais frequentemente afetado e sugere-se que este fato esteja relacionado a possíveis alterações tais como: desordem alimentar (bulimia ou anorexia); amenorreia (ciclo menstrual ausente) e osteoporose. Quando a massa óssea da mulher diminui, aumentam as chances de ocorrer uma fratura por stress.
Quais os ossos mais frequentemente afetados?
As fraturas por estresse são mais comuns na tíbia, metatarsos, fíbula, fêmur e navicular.
Quais os principais sintomas?
O quadro clínico inclui dor de início insidioso, que piora ao esforço e melhora com o repouso, sem história de trauma; “inchaço” após os esforços, dor a palpação no local acometido, queda de desempenho e alterações abruptas no treinamento.
Como é feito o diagnóstico?
Cerca de 80% das fraturas de estresse não são evidentes nas radiografias, salvo nas fases tardias, onde tanto o traço de fraturas, quanto o calo ósseo podem aparecer.
Os exames complementares mais úteis são a cintilografia óssea e a ressonância magnética.
Como se trata?
O tratamento é conservador, principalmente nas fraturas de baixo risco, com interrupção das atividades de impacto, sendo permitida a realização de atividades na água e exercícios de fortalecimento e alongamento, com intuito de manter a condição muscular e cardiorrespiratória. No geral, a imobilização não é necessária ou pode ser utilizada por curto período.
O uso de muletas é empregado para proteção em algumas fraturas. Se a dor é incapacitante, recomenda-se o uso de analgésicos e anti-inflamatórios apenas por curto período. Nas fraturas de alto risco, o tratamento é mais rigoroso, com repouso absoluto e imobilização. Se não houver boa evolução, o tratamento cirúrgico com fixação da fratura é indicado. Em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada precocemente.

